Professor da USP realiza palestra sobre o agronegócio tocantinense na Semana de Ciência e Tecnologia de Gurupi

 

O engenheiro agrônomo e professor titular da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Fava Neves, apresentou as principais potencialidades das cadeias produtivas do agronegócio do Estado do Tocantins na tarde desta quinta-feira, 26, durante a 3ª Semana Integrada de Ciência e Tecnologia de Gurupi (Sicteg), no Campus I da UnirG.

A palestra promovida pelo Sindicato Rural de Gurupi, em parceria com a Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto) e a Cooperativa dos Produtores de Carne e Derivados de Gurupi (Cooperfrigu), serviu para revelar resultados positivos acerca de um estudo realizado pelo próprio professor sobre o agronegócio tocantinense.

Para o palestrante, o agronegócio do Estado tem um grande potencial de produção. “O Tocantins tem uma coisa muito interessante. Quando você viaja parte do mundo conhece lugares em que as pessoas precisam de comida, ou seja, tem muita gente e não tem recurso suficiente (China, Índia, Indonésia, Nigéria, Bangladesh, Paquistão, um conjunto enorme de países populosos), você olha para o Tocantins e vê que tem pouca gente e muito recurso”, disse.

“É um casamento perfeito para acontecerem os investimentos e promover essa integração. Fazer comida, gerar emprego, produzir valor, tudo isso aqui, e colocar esses produtos todos fora do Brasil, contribui para o crescimento das nossas exportações e para o desenvolvimento do setor agrotecnológico”, ressaltou o engenheiro agrônomo.

Segundo Marcos Fava, o cenário do agronegócio tocantinense se apresenta muito favorável para os próximos anos. “O Brasil tem que expandir a sua área de soja em pelo menos 11 milhões de hectares nos próximos dez anos, de acordo com agências internacionais, fora toda a produção de proteína animal, milho, etanol de milho e uma série de outras coisas que estão acontecendo e irão acontecer”, frisou.

A chance de expansão das cadeias produtivas do agronegócio tocantinense é muito grande, conforme afirmação do professor. Ele explicou que o Tocantins precisa fazer como estratégia, além do crescimento em volumes destes produtos, uma maior agregação de valor dentro do próprio Estado. Valorizar a produção interna e buscar mais indústrias para trabalhar melhor o processamento desses produtos.

“Ao invés de exportar única e exclusivamente a soja em grãos, o milho em grãos, continuar exportando soja em grãos, milho em grãos, mas ocupar também um espaço do mercado do produto processado (mercado de aves, suínos, confinamento bovino, etanol de milho e outros produtos) que nós podemos ter com atividades de agregação. Esse seria o grande desafio para o Tocantins, mas tenho certeza que daqui dez anos o desenvolvimento vai ser muito maior puxado pelo agronegócio, principalmente, pelo potencial que o Estado tem”, enfatizou.

Ciência e Tecnologia

Durante a palestra, Marcos Fava se mostrou um verdadeiro apaixonado pelas diversas tecnologias. Com descontração, ele listou alguns aparelhos que não existem mais e que deram lugar a outros mais sofisticados. O professor aproveitou para elogiar a postura das universidades gurupienses em promover essa Semana de Ciência e Tecnologia.

“Uma pessoa que adora ciência e tecnologia como eu vem aqui em Gurupi pela primeira vez e vê um negócio tão bem organizado, com tantos jovens, tanta vontade, é extremamente animador. Que o município possa fortalecer isso, que as autoridades públicas possam colocar recursos para ajudar a expandir, porque é daqui que partem as grandes ideias, as novas empresas chamadas ‘startups’ e as inovações que o Brasil tanto precisa. Estar aqui nesta semana é fantástico”, finalizou Marcos.

A palestra contou com a presença do presidente da Fundação UnirG, Thiago Benfica, da reitora do Centro Universitário UnirG, Lady Sakay, da representante da Cooperfrigu e Sindicato Rural, Andrea Stival e diversas outras autoridades, professores e alunos.

Semana Integrada

A 3ª Semana Integrada de Ciência e Tecnologia de Gurupi reflete a temática ‘A Matemática está em tudo’, em conjunto com a 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

O evento acontece no campus I da UnirG e será encerrado na noite da próxima sexta-feira, 27. Vários estandes estão montados para exposição de pesquisas de extensão, trabalhos e outros materiais produzidos por alunos da UnirG, UFT e IFTO.

Por George Henrique

Ascom/Cooperfrigu

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